Na história não existe nada que ateste a origem da quarentena, no entanto, o período de reclusão por 40 dias já foi um recurso adotado várias vezes na contensão de doenças que desafiam a humanidade. Salientamos o inicio da peste negra, na Idade Media, quando viajantes que chegavam de regiões onde existiam casos da doença foram isolados. Tais medidas também adotadas pelo governo britânico, no século XVIII, com o intuito de conter a propagação do mesmo mal. A quarentena posteriormente voltou a ser usada no controle de doenças como hanseníase, cólera, ebola, febre amarela, tifo, SARS-CoV em 2002-2003 (com origem na China), influenza-H1N1 em 2009-2010 (com origem no México), e atualmente, medida imposta a um terço da população mundial, por razão da pandemia do Covid-19.

QUARENTENA

Reclusão aos indivíduos sadios pelo período máximo de incubação de uma doença contagiosa, considerando a data do último contato com um caso clínico, portador ou fonte ambiental da infecção.

Mesmo em se tratando de um isolamento preventivo, porém prolongado, o que podemos esperar dos efeitos psicológicos em indivíduos acostumados à vida social, a liberdade de ir e vir? E o que dizer daqueles que estão abusando do álcool? Vítimas de um inimigo invisível aos olhos, nos restou à clausura em nossos lares e pouco tem se discutido sobre os impactos desse cerceamento e nem mesmo sobre possíveis formas de atenuá-los.

A quarentena, mudança da rotina, limitação da mobilidade, medo de infecções, frustração, tédio, falta de suprimentos, informações limitadas, perdas financeiras. São vários os fatores estressores! E, lamentavelmente não existem formas acessíveis e rápidas de como melhor compreender e lidar com a avalanche de sentimentos ruins e, principalmente, como impedir que esses sentimentos, leve a depressão e ao suicídio.

EFEITOS PSICOLÓGICOS

Não podemos negar que a quarentena é um dos meios mais eficientes de impedir a transmissão do vírus, no entanto, com meses de quarentena já é possível perceber que muitos estão sendo afetados emocionalmente e, no momento, cuidar de nossa saúde mental, passa a ser um grande desafio.

Possíveis consequências da quarentena que tendem aumentar sob tensão e se manifestar de forma mais intensa:

  • Ansiedade
  • Incerteza sobre o futuro
  • Insônia
  • Irritabilidade
  • Medo (De morrer, perder pessoas queridas, se contaminar)
  • Raiva
  • Sensação de falta de controle
  • Solidão
  • Tristeza

ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO

Analisando todo contexto, não há como deixar de citar o Estresse Pós Traumático (TEPT) que é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais, em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de outros. O que é o caso dos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate ao vírus.

Levando em consideração a pandemia, levantamentos feitos entre 16 e 21 de março por especialistas da área psiquiátrica da Universidade de Oxford-Inglaterra, que posteriormente foi comparado com uma segunda amostra na última semana de abril, mostrou dados impactantes do ponto de vista da saúde mental para o curto período de pesquisa.

 A DEPRESSÃO

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) são mais de 264 milhões de pessoas com depressão no planeta e só no Brasil são 12 milhões. Número que, segundos especialistas, certamente aumentará após essa pandemia de covid-19.

Pessoas com depressão apresentam deficiência de substâncias cerebrais como Noradrenalina, Serotonina e Dopamina, chamadas de neurotransmissores. Eles estão envolvidos na regulação da atividade motora, apetite, sono e humor. Também é valido ressaltar que situações estressantes podem desencadear episódios depressivos naqueles que tem uma predisposição genética a desenvolver a doença.

FATORES QUE PODEM CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DA DEPRESSÃO

  • Ansiedade crônica;
  • Conflitos conjugais;
  • Dependência de álcool e drogas ilícitas;
  • Disfunções hormonais;
  • Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias;
  • Estresse crônico;
  • Histórico familiar;
  • Mudança brusca de condições financeiras e desemprego;
  • Transtornos psiquiátricos correlatos;
  • Traumas psicológicos.

SINTOMAS DA DEPRESSÃO

APETITE

Falta de apetite, no entanto, existem algumas casos onde pode ocorrer aumento do apetite, com maior interesse por carboidratos e doces;

HUMOR DEPRESSIVO

Sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa;

INSÔNIA OU SONOLÊNCIA

A insônia geralmente é intermediária ou terminal. A sonolência está mais associada à depressão chamada Atípica;

RETARDO MOTOR

Falta de energia, concentração, memória, de vontade e de iniciativa.

DICAS PARA SE MANTER ATIVO E SAUDÁVEL 

  • Diminuir as doses diárias de cafeína;
  • Evitar o consumo de álcool;
  • Leitura de livros;
  • Manter horários e rotinas;
  • Não usar drogas ilícitas;
  • Praticar atividade física regularmente;
  • Realizar exercícios de relaxamento (respiração, meditação, entre outros);
  • Rotina de sono regular;
  • Ter uma dieta equilibrada;
  • Tirar um tempo para o lazer (como por exemplo, assistir filmes ou séries)
  • Vestir-se com outras roupas, ao invés de utilizar apenas pijamas.

O SUICÍDIO

Existe uma trágica e crescente ocorrência que, lamentavelmente, está sendo ignorada na pandemia deste novo vírus: o aumento do suicídio. Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) o  atendimento a casos de suicídio e de tentativa de suicídio aumentou significativamente em muitos estados brasileiros.

No momento em que estamos vivendo, existem vários fatores que podem levar à depressão e, em última instância, ao suicídio, e um dos principais é a incapacidade das pessoas de lidar com a situação. O fato torna necessário saber quais são as pessoas em maior risco para que possam receber a ajuda e a atenção necessária.

FATORES DE RISCO

ISOLAMENTO SOCIAL

O isolamento pode produzir pensamentos depressivos e até mesmo suicidas, principalmente em pessoas com algum transtorno mental; e também idosos que vivem sozinhos.

ECONOMIA

A instabilidade financeira e a falta de poder aquisitivo são fatores extremamente estressores, e como é esperado que uma nova recessão econômica suceda a crise de saúde pública, o desemprego será a realidade de milhões que terão que lidar com a incapacidade de sustentar a si e sua família. Um futuro incerto e preocupante, pois fatores econômicos estão entre as principais causas de tentativas e até mesmo suicídios.

 

PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Só alguém da área para mensurar o nível de estresse, da pressão e ansiedade a que estão sendo submetidos esses profissionais. Não é apenas ir para o plantão, pois tudo começa com a pressão de se paramentar ao extremo, a de muitas vezes não poder atender as necessidades fisiológicas, de se alimentar, estar com a família, presenciar muitas vezes as pessoas morrerem sozinhas, o medo de contrair o vírus.

SERVIÇOS DE ATENDIMENTO/APOIO PSICOLÓGICO ONLINE E GRATUITO

Liga Nacional de Atendimento Psicológico Social Online

REGIÃO NORTE
(91) 99103-7089 / (91) 98436-4447 / (91) 98882-4248 / (91) 98376-8097 / (91) 99234-5955

REGIÃO SUDESTE
(11) 97632-1261 / (11) 99796-0983 / (11) 97642-9411 / (11) 97425-4728 / (11) 97338-2738

REGIÃO NORDESTE
(88) 9755-0959 / (88) 8818-5526 / (88) 9713-0407

REGIÃO SUL
(51) 9919-5972 / (51) 9937-4763 / (51) 8219-2987 / (51) 9962-1722 / (51) 9979-2036

REGIÃO CENTRO-OESTE
(61) 8405-6654 / (83) 8852-0900 / (61) 8122-6784

TODO BRASIL
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