O HIV

É o vírus da imunodeficiência humana, que ataca o sistema imunológico, a proteção natural do corpo contra doenças, enfraquecendo todas as defesas. Apesar de ser o vírus que causa a AIDS, a maioria das pessoas portadoras de HIV, seguindo rigorosamente o tratamento, nunca desenvolverá AIDS, o estágio mais avançado da infecção. São 2 os tipos de vírus causadores da infecção, o HIV-1 e o HIV-2. Grande parte dos casos da epidemia global de Aids é causada pelo HIV-1.

O principal alvo do HIV é a célula T CD4. Ao invadi-la, o vírus se espalha por todo organismo, enquanto a deteriora progressivamente. Ao assumir o controle dessa célula, que coordenam as respostas imunológicas quando um vírus, bactéria ou fungo invadem o corpo, o HIV mina o sistema imunológico. O diagnóstico de AIDS só é feito se a contagem de células T CD4 cair para menos de 200 e seu sistema imunológico estiver muito danificado, levando ao risco de contrair doenças oportunistas potencialmente fatais.

A AIDS

Ela é a síndrome da imunodeficiência adquirida, o estágio mais avançado da infecção pelo HIV que, quando não tratada com rigor e adequadamente, provoca doenças graves. Nessa fase, o que geralmente parece uma doença inofensiva, podem se agravar, tornar-se muito difícil de tratar e, até mesmo, levar à morte.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o HIV e a AIDS, a pandemia mortal mais recente, antes da COVID-19, que teve sua descoberta em 1981, mas seu ápice no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, só no ano de 2017, 940 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV e 1,8 milhão foram infectadas pelo mesmo. Até o momento, aproximadamente 35 milhões de pessoas morreram de AIDS e cerca de 37 milhões estão vivendo com o vírus, beneficiadas por tratamentos que proporcionam a uma pessoa HIV positiva, a mesma expectativa de vida de uma pessoa com carga viral indetectável.

HIV NEGATIVO

Indica que até aquele momento a pessoa não possui anticorpos contra o HIV, detectáveis no exame. Na ausência de comportamento de risco ou de exposição acidental no período de janela imunológica. Após 6 meses, tempo que o organismo leva para produzir os anticorpos após a infecção, o teste deve ser repetido. No entanto, caso persista a suspeita de contagio, um novo teste deverá ser realizado em 30 dias.

HIV POSITIVO

Indica que a pessoa está infectada pelo HIV e pode passá-lo para outras pessoas. Teste positivo não significa que a pessoa esteja doente de AIDS. Ela pode ser apenas uma portadora do vírus. Diz-se que uma pessoa tem AIDS quando apresenta os sintomas da doença.

TRATAMENTO PARA O HIV

Ainda não há cura para o HIV, no entanto, os medicamentos antirretrovirais (ARV), que inibem a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico, evoluíram consideravelmente. Atualmente, o que antes era uma infecção quase sempre fatal, tornou-se uma condição crônica controlável.

O uso regular dos ARV, é fundamental para assegurar o controle da doença e prevenir a evolução para a AIDS. Além disso, a terapia antirretroviral (TARV), proporciona benefícios como aumento da disposição, da energia e do apetite, como também da ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas. Além do mais, o coquetel antirretrovirais é capaz de tornar o vírus indetectável e não transmissível por relações sexuais, proporcionando qualidade de vida e mais segurança para o portador.

TRANSMISSÃO DO HIV

Os fluidos corporais são seus veículos condutores: sangue, sêmen, fluidos vaginais e também o leite materno. A contaminação pelo HIV ocorre quando o vírus entra em contato com a área que permite sua entrada no corpo, a membrana mucosa. Enquanto a pele saudável, felizmente, é impermeável ao HIV.

EM GERAL A TRANSMISSÃO OCORRE QUANDO:

  • Da mãe soropositiva para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
  • Instrumentos não esterilizados que furam ou cortam;
  • Sexo anal sem camisinha;
  • Sexo oral sem camisinha;
  • Sexo vaginal sem camisinha;
  • Transfusão de sangue contaminado;
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa.

A TRANSMISSÃO NÃO OCORRE:

  • Aperto de mão ou abraço;
  • Assento de ônibus;
  • Banheira ou piscina;
  • Banheiro e sabonete;
  • Beijo no rosto ou na boca;
  • Copos, talheres e pratos;
  • Doação de sangue;
  • Masturbação a dois;
  • Pelo ar;
  • Picada de inseto;
  • Roupas, toalhas e lençóis;
  • Sexo, desde que se use corretamente a camisinha;
  • Suor e lágrima.

EVOLUÇÃO DA INFECÇÃO PARA AIDS

1ª FASE – A Infecção primária – Nas semanas seguintes à infecção, algumas pessoas apresentam sintomas semelhantes aos da gripe ou mononucleose: febre, dor de cabeça, dor de garganta, erupção cutânea, fadiga, dores musculares, etc. Contudo, mesmo sem tratamento, os sintomas desaparecem por conta própria.

2ª FASE – Infecção assintomática – O vírus pode viver no corpo por muitos anos sem causar sintomas. No entanto, o doente pode transmitir o HIV, pois uma pessoa HIV negativa (sem anticorpos no sangue) pode torna-se HIV positiva (presença de anticorpos no sangue), isso ocorre da fase 1 a 3, meses após a infecção.

3ª FASE – Fase da AIDS – Síndrome da imunodeficiência adquirida ou infecções sintomáticas. Se ainda não for tratada, a pessoa apresenta um ou mais sintomas de infecção por HIV (fadiga, diarreia, glândulas inchadas, perda de peso, suores noturnos, febre, etc.).

4ª FASE – Se o número de células do sistema imunológico, as células T CD4, é muito baixo e o corpo não pode lutar contra infecções e outras doenças, o diagnóstico de Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (SIDA) é feita. Os sintomas de infecção tornam-se mais perceptíveis e consistentes, podem causar sérios problemas de saúde. Entre as doenças oportunistas, citamos como exemplo a candidíase, pneumonia, tuberculose, infecções por herpes e também cânceres (em particular sarcoma de Kaposi e linfomas).

VIVER COM HIV

Ser portador do HIV exige adaptação no estilo de vida e hábitos. Em princípio, o paciente deve tomar precauções para não transmitir o vírus, adotando o uso de preservativos e quando usuário de drogas, não compartilhar seu equipamento. Como a imunidade corre o risco de ser afetada, adotar uma alimentação saudável e balanceada, e se possível, combinar com atividade física e interromper o consumo de tabaco, drogas e álcool.

Para as mulheres, não há contraindicação em nenhum meio de contracepção, mas caso aconteça a gravidez e ela for desejada, a mudança na terapia antirretroviral pode ser necessária. Além do mais, a criança deverá ser acompanhada por especialistas por alguns meses.

PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES

Tenho HIV. Corro o risco de transmitir para minha família?

Não. Os mal-entendidos e medos em torno do assunto ainda são muitos, mas o vírus é transmitido através de fluidos sexuais e sangue. Especialistas esclarecem que o HIV não se espalha pela saliva (cuspindo ou beijando) ou compartilhando banheiros, bebidas ou utensílios de cozinha.

Não imaginava que “Pessoas Ativas” podia pegar o HIV.

Embora o parceiro receptivo ou “passivo” no sexo anal tenha treze vezes mais probabilidade de contrair o HIV do que o parceiro “ativo”, o último ainda pode contrair o vírus por meio de sexo desprotegido.

É necessário tomar antirretrovirais todos os dias?

Sim. É extremamente importante manter a regularidade dos medicamentos, pois essa é a melhor maneira de manter a saúde a longo prazo.

Posso ter filhos?

Sim, com a carga viral reduzida a níveis indetectáveis, provavelmente não será transmitirá o vírus. No entanto, se está planejando ter um bebê, deve primeiro consultar um especialista. Para as portadoras do vírus, cuja carga viral não é suprimida, existem medicamentos adicionais capazes de reduzir o risco de transmissão para o seu filho.

Quanto aos homens que desejam ser pais e estão com carga viral detectável, o sêmen pode ser ‘limpo’ do HIV e então inseminado em suas parceiras. Enquanto casais, nos quais apenas o homem é portador de HIV e o mesmo não possuir outras parceiras e tiver com a carga viral indetectável, além de poder ter relações sexuais sem camisinha, podem passar por tratamentos de fertilidade sem riscos, de acordo com uma revisão de estudos publicada no periódico holandês Fertility and Sterility.

Ainda posso amamentar?

É recomendado que mulheres com HIV não amamentem. No entanto, de acordo com um novo estudo publicado no Journal of the International AIDS Society, provavelmente, quase um terço das mães ignoram essas recomendações. Felizmente, segundo estudos anteriores, as chances de transmissão do HIV são inferiores a 3% se uma mãe soropositiva fizer uso da terapia antirretrovirais antes e durante a amamentação.

Os antirretrovirais interferem nos níveis de estrogênio ou testosterona?

Estudos demonstram que os antirretrovirais não afetam os níveis hormonais e que são seguros para pessoas trans em tratamentos de feminização ou masculinização. No entanto, existem artigos que afirmam que o estrogênio pode afetar a eficácia dos antirretrovirais. É necessário conversar com especialistas para saber mais sobre o assunto e encontrar o tratamento certo para o controle do HIV enquanto faz uso de hormônios e vive seu verdadeiro gênero.

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