Os vírus não sobrevivem por conta própria por muito tempo; eles precisam de células nas quais possam contrabandear suas informações genéticas e cujas funções possam usar. O SARS-CoV-2 , por exemplo, usa células do corpo humano como hospedeiro para os vírus, e nelas realizam o que basicamente fazem por toda sua existência, se multiplicam. O genoma também é copiado, e pequenos erros acontecem repetidamente durante o processo de cópia. As mudanças resultantes no material genético são chamadas de mutações.

Estudos americanos mostraram que, em um ano, a variante do coronavírus que causou o surto de Sars (síndrome respiratória aguda grave), em 2002 a 2003, foi capaz de mutar para mais de 12.000 versões diferentes, a nível mundial. No entanto, o fato não preocupou aos cientistas, pois em sua maioria, as mutações são inofensivas. Além disso, as mutações fazem parte do modo operacional desse tipo de vírus, pois é uma questão de sobrevivência para eles, uma questão de adaptação aos seus diferentes hospedeiros.

MUTAÇÕES, RECURSO DE ADAPTAÇÃO DE UM VÍRUS

Assim como os seres vivos, os vírus são compostos de material genético, DNA ou RNA, e esse material está sujeito a modificações quando se replicam, causa das mutações, ou por trocas entre vírus, a causa das recombinações. A multiplicação dos vírus é muito rápida e em grande número, eles têm um potencial maior do que os organismos celulares para gerar mutações em um curto período de tempo.

As células de um indivíduo também se renovam, e no processo podem surgir mutações. Vamos citar como exemplo uma célula-tronco que pode se dividir para produzir uma célula que foi danificada ou está morrendo (neste caso, ocorrendo uma mutação pode dar origem a um câncer). Também citamos o processo de criação e reprodução de gametas que, combinados, darão origem a um novo organismo. Neste contexto, que é onde essas mutações serão transmitidas à prole, é infinitamente complexo realmente falar de mutações, quando a própria natureza proporcionou meios para aumentar significativamente as recombinações, mutações e semelhantes.

CONSEQUÊNCIAS DAS MUTAÇÕES?

Como dito anteriormente, na maioria das vezes as mutações não provocam muitas consequências ruins, pois elas podem dar ao vírus uma vantagem ou uma desvantagem para sua sobrevivência. Algumas mutações podem, por exemplo, permitir que o vírus se replique mais rapidamente, ataque o corpo mais severamente causando infecções nos pulmões e não apenas as vias respiratórias superiores, como também infectar órgãos.

No caso do vírus influenza, a mutação de um gene que controla a produção de uma proteína presente em sua superfície também pode permitir que ele se fixe mais facilmente às células a serem infectadas. Além disso, certas mutações também podem reduzir a eficácia de uma vacina, se a cepa para a qual foi preparada tiver evoluído nesse intervalo.

MUTAÇÕES SUCESSIVAS

Em geral, uma única mutação não é suficiente para tornar o vírus mais ou menos agressivo, porque seu código genético é complexo e muito entrelaçado. Várias sequências estão envolvidas em várias características do vírus, e lamentavelmente, isso torna o trabalho de estudo uma constante. Assim, quando os cientistas identificam mutações em sequências-chave, não é imediatamente possível para eles indicar se irão alterar o funcionamento geral do vírus.

AS MUTAÇÕES MAIS AGRESSIVAS DO COVID-19

No contexto da pandemia de Covid-19, apenas observações estatísticas podem confirmar que uma nova cepa é mais contagiosa. A variante do coronavírus B117, detectada no Reino Unido e já encontrada em quase uma centena de nações é entre 43% e 90% mais contagiosa, principalmente porque ocorreram mutações em sequências genéticas que influenciam a transmissão do vírus. Além disso, na proteína Spike do coronavírus, o ponto que fica em sua superfície e permite que ele se fixe em células humanas para penetrá-las, executando um papel fundamental na infecção viral.

Na África do Sul, também foi identificada, a variante E484K, uma mutação que pode diminuir a eficácia de vacinas contra a Covid-19. Enquanto em Manaus, foram detectadas as sequências P.1-like e B.1.1.33-E484K, também com mutações preocupantes na proteína Spike.

HÁ COMO EVITAR OU REDUZIR AS MUTAÇÕES?

Sabemos que quanto mais o vírus circula, mais ele se replica, mais mutações ocorrerão, e, portanto, maior a probabilidade de que as mutações acabem aparecendo, o que muda significativamente o potencial de contaminação e agressividade do vírus. Os cientistas não têm como se antecipar e saber quais mutações aparecerão e quais serão seus efeitos. Portanto, a principal forma de evitar ou reduzir o contágio de um vírus de grande potencial mutável como o Covid-19, é evitar a circulação do mesmo, e assim, possíveis mutações. No entanto, sendo impossível o distanciamento, evitar aglomerações, fazer uso da máscara e manter os cuidados higiênicos também podem reduzir significativamente os riscos de ser contaminado ou se tornar proliferador do vírus.

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