Em todo Brasil a taxa de internações por Covid-19 mantém-se em índices preocupantes, e para surpresa de todos, a mudança do perfil dos pacientes que estão ocupando os leitos de enfermarias e até UTIs são de pessoas cada vez mais jovens. Além disso, o número de casos graves e complicações que levam a necessidade de intubação também cresce, preocupando a Cardiologistas, Neurologistas, Pneumologistas e todos os profissionais que estão na linha de frente de combate ao vírus.
A INTUBAÇÃO:
Procedimento que consiste na inserção de uma sonda na traqueia, quando o paciente não consegue respirar por conta própria durante uma cirurgia, por estar muito doente ou ferido para fornecer oxigênio suficiente ao corpo. Esse procedimento de rotina em hospitais, é usado principalmente em anestesia e terapia intensiva, isola e protege as vias aéreas superiores e ventila o paciente, se necessário.
COMO É O PROCEDIMENTO DE INTUBAÇÃO:
O procedimento é realizado por médico, sob o monitoramento de osciloscópio com frequência cardíaca e traçado de ECG. Antes da intubação, o paciente está normalmente sedado ou inconsciente devido à doença, ou lesão, o que permite que a boca e as vias aéreas relaxem.
A boca do paciente é aberta suavemente, a intubação é feita com um dispositivo médico chamado laringoscópio, que ajudará a guiar o tubo com melhor visibilidade graças a uma sonda de luz. Com a cabeça do paciente em hiperextensão, a lâmina do laringoscópio é inserida na boca, até a glote, em seguida, o tubo de intubação é inserido na traqueia. A sonda é então conectada a diferentes dispositivos, dependendo da indicação e das circunstâncias da intubação:
- Aparelho com ventilação manual;
- Um respirador;
- Um sistema de sucção.
FINALIDADES DA INTUBAÇÃO:
- Aspirar secreções traqueobrônquicas;
- Liberar as vias aéreas;
- Permitir ventilação assistida, ou seja, assistência respiratória ao paciente;
- Proteger as vias aéreas da inalação de secreções digestivas.
A INTUBAÇÃO PODE SER USADA:
- Durante a cirurgia sob anestesia geral: a intubação evita que a língua caia para trás contra a faringe, evitar o refluxo gástrico para a traqueia e a implementação de ventilação assistida;
- Em caso de obstrução das vias aéreas por ingestão de corpo estranho;
- Em caso de dificuldade respiratória aguda ou parada cardiorrespiratória;
- Em um paciente inconsciente;
- Em caso de trauma na face.
RISCOS DA INTUBAÇÃO:
- Broncoespasmo, laringoespasmo;
- Colapso da ré-ventilação;
- Danos às cordas vocais;
- Distúrbio do ritmo cardíaco;
- Lesões de cornetos ou sinusite, em caso de intubação nasotraqueal;
- Pneumonia nosocomial;
- Síndrome de mendelson, que é a inflamação dos pulmões causada pela invasão de secreções gástricas para os brônquios;
- Trauma dentário, nasal, faringolaríngeo.
COMA ARTIFICIAL:
É uma intervenção onde, com o auxílio de medicamentos e com monitoramento cardiovascular, o médico coloca o paciente em coma, estado que é caracterizado pela inconsciência profunda ou sono profundo. Essa intervenção geralmente é escolhida em casos onde existe o risco de vida, quando o paciente precisa estar totalmente tranquilo, sem dor, para favorecer o processo de cura. O coma artificial também oferece uma redução de estresse e possíveis reações de medo que estão associadas ao estado de saúde prejudicado.
CASOS QUE GERALMENTE NECESSITAM DO COMA ARTIFICIAL:
A principal razão para a anestesia controlada de longo prazo é, em sua maioria, para aliviar o corpo da dor após uma lesão grave. Quando o paciente precisa de proteção especial e recursos de recuperação como resultado de um acidente ou uma cirurgia complexa, um coma artificial pode oferecer uma ajuda indispensável. Ele garante que o corpo se concentre exclusivamente no processo de cura e, assim, se regenere de forma mais otimizada. Não apenas em casos de lesão cerebral, mas também para o tratamento de doenças graves, como a Covid-19, pode ser necessário reduzir a demanda de oxigênio do cérebro com medicamentos. Também, depois de grandes operações, acidentes graves ou um ataque cardíaco de grande comprometimento, as pessoas costumam ser induzidas ao coma artificial.
DURAÇÃO DA ANESTESIA DE LONGO PRAZO:
Definido pelo médico, o prazo do coma artificial é baseado na gravidade e no tipo de doença. Em princípio, a duração é de algumas horas, mas pode ser estendido para vários meses, se necessário. No entanto, tudo depende, essencialmente, da recuperação do paciente.
Como a sedação é realizada por medicamentos anestésicos, semelhantes ao que se usa na anestesia geral, o tempo de sedação é um fator preocupante, pois quanto mais tempo durar, maior o risco de complicações.
- Alergia ao princípio ativo da medicação;
- Parada respiratória;
- Pneumonia;
- Redução dos batimentos cardíacos;
PROFUNDIDADE DO COMA ARTIFICIAL:
A profundidade do coma depende da doença subjacente e da condição individual do paciente. Quanto mais profunda a sedação, menor será a probabilidade de um despertar acidental. Se houver lesões significativas, como uma lesão cerebral traumática, um coma bastante profundo se faz necessário, enquanto em casos de acidentes graves, onde o cérebro necessite apenas de alívio, a sedação é menor.
Mesmo em coma, durante a anestesia de longo prazo, a maioria dos órgãos continua a funcionar. No entanto, as pessoas em coma são ventiladas artificialmente e alimentadas por um tubo nasogástrico ou, alternativamente, por via intravenosa (pela veia) diretamente na corrente sanguínea.
A FASE DO DESPERTAR:
Ao ocorrer melhora evidente na saúde do paciente e a doença subjacente se estabilizar, o médico dá início, gradativamente, a fase de despertar. Mas, tudo depende muito da duração e da profundidade da anestesia, pois o despertar consiste em reduzir progressivamente a medicação, e isso geralmente leva vários dias. No entanto, em pacientes mais velhos ou em caso de doenças subjacentes mais graves, a fase do despertar pode levar algumas semanas.
POSSÍVEIS DANOS E RISCOS:
Quando o coma se estende por muito tempo, pode acarretar possíveis danos. Os pacientes mais velhos, em particular, têm a possibilidade de delírio, uma forma de desorientação. Até mesmo não acordar após interromper a medicação, ficando em estado vegetativo, condição que geralmente está associada a uma doença subjacente significativa. Há relatos também de problemas como:
- Problemas circulatórios.
- Pesadelos constantes.
- Dificuldade em adormecer e permanecer dormindo.
No entanto, esses fenômenos geralmente desaparecem gradualmente e completamente.
REABILITAÇÃO APÓS O COMA:
Ao sair do coma e do respirador artificial, é necessário reaprender coisas como respirar e engolir de forma independente. As perdas de autonomia do corpo são grandes e programas de reabilitação com profissionais se faz necessário. Com o auxílio de Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, o paciente terá a oportunidade de adquirir sequências de movimentos familiares, bem como habilidades sensoriais e motoras. Em caso de funções perdidas, aprenderá como adquirir e implementar habilidades que permitirá a ativação de outras áreas do cérebro.
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