Na história da medicina, não há como negar, a importância das vacinas na redução da incidência de sarampo, febre amarela, meningite A e C, pólio, tétano, entre outras doenças. É fato que a vacinação é uma das estratégias mais eficazes para a prevenção de infecções e epidemias, e só no Brasil são aplicadas, por ano, 300 milhões de imunobiológicos.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), somos reconhecidos como um dos maiores produtores de vacinas graças as exportações para mais de 70 países. Além disso, as diversas campanhas oficiais do calendário nacional de vacinação, onde 25 tipos são gratuitos, são uma referência mundial.

Como a urgência atual é a vacina para o Covid-19, existem vários imunizantes brasileiros em estudo, embora nenhum deles deva estar disponível ainda em 2021. As perspectivas futuras é que o Brasil tenha a disposição um significativo número de imunizantes contra esse vírus que trouxe consequências catastróficas para toda a humanidade, e que já em 2022, mais ou menos 3 possa fazer parte das vacinas oferecidas em campanhas nacionais.

 INSTITUIÇÕES E SUAS VACINAS

UFMG E FIOCRUZ-MG

A vacina bivalente desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz em parceria com Universidade Federal de Minas Gerais, utiliza o vírus influenza como vetor vacinal. Isso foi possível após as várias alterações genéticas no vírus H1N1, no qual foi inserido a proteína de pico do coronavírus, visando desencadear a produção de anticorpos para combater o Covid-19 e, ao mesmo tempo, proteger o organismo da influenza.

A UFMG trabalha também em outro imunizante que já está com os estudos mais avançados, e que faz uso do DNA. O fato permite que o imunizante seja trabalhado com mais facilidade, pela possibilidade de ser armazenados em freezers comuns, facilitando posteriormente a logística de distribuição.

Além das anteriores, os pesquisadores ainda estão trabalhando em uma que usa o vírus causador da varíola como meio de transporte para levar proteínas do coronavírus. Enquanto em outro estudo, os bacilos de Calmette-Guérin (BCG), causadores da tuberculose, serão modificados geneticamente com uma sequência do genoma do SARS-Cov-2 para que os bacilos produzam as proteínas S e N do SARS-Cov-2. Neste último estudo, a vacina também será ambivalente, pois o composto visa estimular a produção de anticorpos contra covid-19 e a tuberculose.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Instituições ligadas a USP também se empenham na busca por vacinas contra o covid-19, e alguns estudos já estão saindo da fase pré-clínica.

INCOR – A pesquisa que está sendo desenvolvida pelo Instituto do Coração da Faculdade de Medicina – USP, é a da vacina que utiliza a tecnologia do pseudovírus. Esse imunizante é considerado um dos mais avançados, e será aplicado via nasal, acesso principal do vírus. Segundo o médico Jorge Elias Kalil, coordenador, muito em breve o estudo será levado para análise na Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a perspectiva é que os testes em humanos tenham início ainda em 2021.

FMRP-USP – A vacina que usa a tecnologia de nanopartículas, desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, já aguarda a autorização da Anvisa para os testes em humanos.

FZEA-USP – Os cientistas da Faculdade De Zootecnia E Engenharia De Alimentos trabalham em um imunizante de vetor viral, mesmo método utilizado na Oxford, Janssen, Sputnik V e outras. No entanto, o vírus usado para transportar pedaços do coronavírus é o Newcastle, responsável por infectar aves domesticas e selvagens.

ICB-USP – O Instituto de Ciências Biomédicas está desenvolvendo quatro vacinas que ainda estão em fase de testes pré-clínicos, e as tecnologias usadas são as DNA, RNA, subunidade e nanopartículas.

BUTANTAN

Trabalhando também no desenvolvimento de sete tipos diferentes de vacina contra a covid-19, as equipes do instituto Butantan estão focadas em vacinas mais potentes, com uma maior alcance que as de uso emergencial, e a tecnologia usada no desenvolvimento é a de vírus inativado, mesma da vacina da gripe usada todos os anos nas campanhas do SUS.

O instituto informou que ainda neste ano de 2021, vai produzir 40 milhões de doses da ButanVac e solicitará a autorização para testes em humanos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a equipe responsável pelo estudo, a vacina estará adaptada para fornecer proteção mais elevada, até mesmo contra a variante do coronavírus que surgiu em Manaus.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)

Professores e cientistas da Universidade Federal do Paraná, estão desenvolvendo o imunizante que já indicou títulos de anticorpos semelhantes e até superiores aos mencionados pela vacina AstraZeneca/Oxford. O estudo do imunizante já está na fase pré-clínica, onde os testes estão sendo realizados em camundongos, e a previsão é que essa vacina possa estar disponível em 2022.

Título é a avaliação da quantidade de anticorpos no soro sanguíneo que é obtida a partir de uma série de diluições crescentes do soro. Ela é feita para considerar a diferença entre a amostra imunizada e a controle, que recebe apenas as partículas sem a proteína do vírus.

AS EXPERIÊNCIAS COM MICRO E NANOPARTÍCULAS

Existe uma diferença de tamanho entre a micro e a nanopartícula de aproximadamente mil vezes entre as duas, e os experimentos concluíram que as nanopartículas são mais viáveis por causarem menos incômodo no paciente e demonstrar melhor resposta imune.

A perspectiva é finalizar os testes pré-clínicos ainda em 2021. No entanto, a equipe expõe a necessidade de suporte, principalmente de alguma indústria farmacêutica apta a fabricação para assegurar que a preparação siga as normas e garantir exigidas pela Anvisa.

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