Ao receber o socorro correto e imediato, a maioria das pessoas sobrevive ao primeiro ataque cardíaco e leva uma vida plena e produtiva. Porém, devemos compreender que os cuidados necessários para uma boa recuperação não terminam quando o paciente sai do hospital, pois ter um ataque cardíaco é uma experiência que, até certo ponto, altera a vida.

A IMPORTÂNCIA EM SABER SOBRE A MEDICAÇÃO E SEUS HORÁRIOS

Um dos principais desafios é, sem dúvida, manter o controle de todos os seus comprimidos. Esse novo compromisso diário pode ser considerado complicado e frustrante, mas extremamente fundamental para reduzir o colesterol, a pressão arterial e controlar sua frequência cardíaca. Principalmente na fase inicial de recuperação do ataque cardíaco.

Se tiver alguma dúvida sobre os seus medicamentos, não hesite em ligar para o seu cardiologista. É importante conversar com o mesmo sempre que a questão for seus remédios. Além disso, assegure-se que você que:

  • Compreenda sobre os efeitos colaterais de seus medicamentos,
  • Não ignore suas emoções,
  • Saiba o que cada medicamento faz e por que você o está tomando,
  • Tenha uma lista de todos os medicamentos e horários dos mesmos sempre com você, em caso de emergência ou se precisar falar com outro médico sobre eles.

A NOVA REALIDADE E O ESTILO DE VIDA

É comum, após uma parada cardíaca, sentir medo, ansiedade e, lamentavelmente, alguns pacientes entrar em depressão.  Esses sentimentos negativos que mexem demais com o emocional, faz do acompanhamento de um psicólogo, muitas vezes, necessária. Além disso, o processo de recuperação leva alguns meses, e o fato, torna necessário, contar com o auxílio de um fisioterapeuta, se possível, e com a colaboração de familiares, principalmente porque nos estágios iniciais pode ocorrer comprometimento na:

  • Capacidade de fazer exercícios sem supervisão,
  • Vida familiar e trabalho,
  • Recuperação geral.

Deve ser levada em consideração, no plano geral de recuperação, adotar um estilo de vida saudável. Com esse objetivo, com o auxílio de um nutricionista, fazer um plano de dieta saudável para auxiliar o coração no processo de recuperação. Você encontrou o certo se:

  • Comer frutas e vegetais todos os dias,
  • Dê preferência a alimentos com baixo teor de gorduras trans,
  • Evitar açúcar e sucos e bebidas industrializados,
  • Excluir alimentos ricos em sódio,
  • Inclui grãos ricos em fibras nas refeições diárias,
  • Não comer carnes processadas,
  • Parar de fumar,
  • Tornar o peixe mais presente nas refeições.

A REABILITAÇÃO CARDÍACA

A Reabilitação Cardíaca é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como atividades indispensáveis para garantir o restabelecimento fisco, mental e social para o cardiopata. O principal objetivo da reabilitação é o retorno do paciente à comunidade em condições de vida ativa e às suas atividades diárias.

GERALMENTE A REABILITAÇÃO É RECOMENDADA APÓS:

  • Cirurgia de revascularização do miocárdio,
  • Doenças valvares e doença arterial periférica,
  • Infarto agudo do miocárdio,
  • Insuficiência cardíaca crônica,
  • Intervenções percutâneas do miocárdio,
  • Pós-operatório de cirurgias cardíacas,
  • Pré e pós transplante cardíaco.

Muitos hospitais têm programa de reabilitação ambulatorial, que além de auxiliar a desenvolver uma rotina de exercícios em um ambiente seguro e monitorado, os programas de reabilitação oferecem assistência com mudanças na dieta e orientação sobre mudanças no estilo de vida pós-ataque cardíaco.  No entanto, caso não possua, o cardiologista pode encaminhar o paciente para um centro cardíaco. A reabilitação pode ajudar de várias maneiras:

  • A equipe mostrará como fazer mudanças que podem proteger e fortalecer o coração,
  • Podem ajudar a acelerar a recuperação,
  • O paciente poderá usar o que aprender no programa para diminuir as chances de complicações,
  • As atividades físicas, especificas para o caso, que irão melhorar a função cardíaca,
  • Suporte para lidar com o estresse, ansiedade e depressão,
  • Trabalhar com pessoas especializadas em saúde cardíaca.

Segundo levantamento de especialistas, no Brasil, cerca de 200 mil pessoas por ano são vítimas de morte súbita fora do ambiente hospitalar. Dos casos de parada cardíaca, 86% acontecem nos lares das vítimas, e 14% em vias públicas ou lugares com grande concentração de pessoas.

PARADA CARDÍACA, O QUE É?

Assim como, ao desligar um disjuntor, cortamos a energia de uma casa, a parada cardíaca causa uma falha elétrica que faz com que o coração pare de bater. A pessoa afetada perde imediatamente a consciência e para de respirar ou exibe movimentos respiratórios lentos, barulhentos e caóticos. Os batimentos cardíacos ficam fora de sincronia. O coração não pode mais desempenhar seu papel de bomba e não consegue mais fornecer corretamente o sangue aos órgãos vitais do corpo.

ATAQUE CARDÍACO, O QUE É?

Em se tratando de ataque cardíaco, o coração geralmente continua a bater. No entanto, o comprometimento do órgão pode ser progressivo, pois o ataque ocorre quando uma artéria bloqueada interrompe o fluxo sanguíneo para o coração. Os sintomas usuais de um ataque cardíaco são dor no peito ou na parte superior do corpo, falta de ar, sudorese, náusea e tontura.

CAUSAS DA PARADA CARDÍACA

A parada cardíaca pode ser causada por algumas formas de arritmia, que é um batimento cardíaco irregular que pode causar um curto-circuito no sistema elétrico cardíaco. Cerca de um quarto dos ataques cardíacos causam parada cardíaca, imediatamente ou uma ou duas horas depois. Outras causas raras de parada cardíaca incluem overdose de drogas, anormalidades eletrolíticas importantes ou coágulos grandes que cortam o suprimento de sangue aos pulmões. A parada cardíaca também pode acontecer devido a:

  • Choque elétrico;
  • Choque hipovolêmico;
  • Envenenamento;
  • Doença cardíaca (infarto, arritmia, dissecção de aorta, tamponamento cardíaco, insuficiência cardíaca);
  • Acidente vascular cerebral;
  • Insuficiência respiratória;

SINAIS DE ALERTA PARA A PARADA CARDÍACA

Desmaios constantes devem ser investigados, pois isso pode ser um sinal de alerta de um ritmo cardíaco anormal. Principalmente se ocorrer durante a atividade física, ao nadar ou como resultado de agitação emocional.  Além disso, como um ataque cardíaco pode preceder uma parada cardíaca, é essencial saber como reconhecer os sinais de alerta de um ataque cardíaco, e procurar atendimento médico imediato. Toda atenção quando:

  • Dor no peito,
  • Falta de ar devido a esforço,
  • Dor forte de cabeça,
  • Enrolar a língua, apresentando dificuldade em falar,
  • Dor ou formigamento no braço esquerdo;
  • Fortes palpitações.
  • Perda de consciência,
  • Sentir rigidez no peito.

Esses sintomas são os sinais de alerta mais comuns. Em dois de cada três casos, as dores intermitentes no peito são características do infarto, e o início da parada cardíaca. Geralmente localizadas na altura do tórax, atrás do esterno, e podem se estender ao pescoço, mandíbula, ombro, braço ou costas. O desconforto respiratório e a dificuldade respiratória geralmente começam vários dias antes de parar e se intensificam até a parada cardíaca.

OUTROS SINAIS DE ALERTA

Manifestações menos típicas, também podem anunciar um ataque cardíaco, como a presença isolada de:

  • Dor abdominal,
  • Dor no braço, punho ou mandíbula,
  • Episódios de náusea,
  • Peso no peito,
  • Soluços e suores.

Por outro lado, a dor no peito que surge durante o esforço, durante uma sessão desportiva ou durante uma atividade da vida diária ou ao subir escadas, por exemplo, também pode anunciar a ocorrência de um infarto.

O QUE FAZER EM CASO DE PARADA CARDÍACA

A primeira atitude necessária é se certificar se é realmente uma parada cardíaca. Verificar se a pessoa está respirando, chamá-la pelo nome para saber se ela responde e verificar se há pulsação cardíaca com os dedos indicador e médio no pescoço da pessoa. Ao existir a mínima possibilidade de ser uma parada, deve-se chamar imediatamente o SAMU e, em seguida, dar início a massagem cardíaca com o objetivo de fazer o coração voltar a bater, devendo ser feita da seguinte maneira:

  • Deitar a vítima no chão de barriga para cima;
  • Para facilitar a respiração da vítima, posicionar o queixo da mesma ligeiramente mais para cima;
  • Posicionar as duas mãos com os dedos entrelaçados sobre o peito, no ponto médio que fica entre os mamilos;
  • Fazer compressões com os braços esticados, fazendo pressão para baixo, de forma a que as costelas baixem cerca de 5 cm.

As compressões também podem ser intercaladas com 2 respirações boca a boca a cada 30 compressões. Mas, caso a vítima seja uma pessoa desconhecida ou não se sinta à vontade para fazer as respirações na mesma, deve-se manter as compressões de forma contínua até a chegada do socorro médico.

SOLUMEDI

Consultas e exames médicos que cabem no seu bolso!

COMO EVITAR DOENÇAS CARDIOVASCULARES

A IMPORTÂNCIA DA ROTINA AO CARDIOLOGISTA