Doença que é caracterizada por aumento anormal da glicose (Açúcar) no sangue. Essa alteração, a longo ou curto prazo, pode causar danos a órgãos como os olhos, rins, nervos e vasos sanguíneos. Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da International Diabetes Federation (IDF) de 2019, mostram que existem aproximadamente 463 milhões de adultos com diabetes em todo o mundo. Além disso, estima-se que quase 90% vivem anos sem saber que são diabéticos, pois a doença geralmente não causa manifestações no início de sua evolução.

Segundo a OMS, o diabetes pode passar da 8ª para a 7ª causa de morte no mundo até 2030, principalmente por ser diagnosticado com pelo menos 5 anos de atraso. Esta doença, com a qual aprendemos a conviver ao longo da vida, também tem números expressivos no Brasil, onde calcula-se que, em 2020, 9,3% dos adultos, entre 20 e 79 anos vivem com diabetes. Além disso, 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos apresentam diabetes tipo 1.

 DIABETES TIPO 1

Também chamado de diabetes insulinodependente, caracterizado pela ausência de produção de insulina, afeta cerca de 10% dos diabéticos. Nela, as células pancreáticas são destruídas resultando em uma diminuição ou até mesmo na ausência total da secreção de insulina, o que provoca o aumentando do nível de glicose no sangue e consequentemente, uma hiperglicemia.

Essa elevação do nível de glicose se deve a uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico induzido, por alguma razão desconhecida, a atacar e destruir as células do pâncreas que secretam insulina. O Diabetes tipo 1 costuma começar cedo, entre as idades de 12 e 20 anos, no entanto, às vezes até em pacientes com menos de 6 meses, e em alguns casos raros, pode ocorrer em uma pessoa com 50 anos.

HEREDITAREIDADE

Ter pais com essa patologia não leva a uma predisposição, isso ocorre com o diabetes tipo 2.

SINTOMAS

No diabetes tipo 1, geralmente os sintomas aparecem cedo, ao contrário do diabetes tipo 2, que pode permanecer em silêncio por anos. Ela começa com incômodos frequentes ao urinar e uma sede maior do que o normal. Pode então evoluir com:

  • Perda de peso,
  • Cansaço,
  • Sensação de fome intensa ou
  • Cetoacidose

Essa complicação grave ocorre mais rapidamente em crianças e pode causar desidratação, vômito, dor abdominal ou até desconforto.

CETOACIDOSE

Ocorre quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do diabético encontram-se muito altos e estão acompanhados do aumento da quantidade de cetonas no sangue também. Uma pessoa com diabetes entra em cetoacidose pela ausência de insulina em seu organismo. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea entre nas células do nosso corpo e gere energia.

ALIMENTAÇÃO

Deve-se adotar uma dieta balanceada, para evitar o ganho excessivo de peso. Esta dieta não é muito diferente daquilo que todos deveríamos comer. O único ponto adicional é que também é necessário contribuir para o controle da glicemia diversificada e adaptada à atividade física do paciente. Como a alimentação deve ser adaptada às particularidades de cada paciente, é recomendável consultar um especialista, pois só um profissional pode definir uma dosagem e uma taxa de ingestão de insulina de acordo com a dieta, atividade física, peso e hábitos.

DIABETES TIPO 1 E GRAVIDEZ

Uma gravidez em uma portadora de diabetes tipo 1, é uma gravidez de risco e deve ser monitorada de perto. Esse monitoramento, na realidade, deve ter início antes mesmo de engravidar: nos três meses anteriores aos testes de gravidez, é aconselhável manter um nível de açúcar no sangue perfeitamente estável. Na verdade, um bom equilíbrio glicêmico desde a concepção e um acompanhamento específico adaptado maximiza as chances de ter uma gravidez sem complicações. Além disso, a dieta deve ser adequada para a gravidez para facilitar o controle do açúcar no sangue e reduzir o risco de cetoacidose, que se torna mais forte nos últimos meses. O parto pode ser vaginal, mas é provável que seja induzido se o bebê apresentar excesso de peso, pois esse tipo de parto pode causar riscos para a mãe e sofrimento para o bebê, principalmente se o peso dele for superior a 4 kg. Aconselhável uma cesariana.

DIABETES TIPO 2

O diabetes tipo 2, o mais comum, é caracterizado pela resistência à insulina, o que leva a um aumento significativo do açúcar no sangue, ou seja, nos níveis de glicose no sangue. Ele ocorre na maturidade e envelhecimento, pois é favorecido pelo sobrepeso, a obesidade ou o sedentarismo, e acomete 90 a 92% dos diabéticos.

A resistência à insulina faz com que, mesmo a insulina sendo secretada, não funcione mais como deveria. Sendo assim, nem todo o açúcar do sangue pode ser absorvido pelos tecidos do corpo, permanecendo no sangue, aumentando gradualmente o nível de glicose. Silenciosa, essas oscilações não são entendidas e o doente não percebe os efeitos por anos, provavelmente, também porque o pâncreas compensa o alto nível de açúcar no sangue aumentando a síntese de insulina, no entanto, após 10 a 20 anos de desenvolvimento de diabetes, isso se torna ineficaz e o pâncreas fica exausto, e é aí que os primeiros sintomas podem aparecer, caso o doente já não tenha constatado a sua condição de diabético. Mas, infelizmente, 50% dos diabéticos tipo 2 são diagnosticados na fase de complicação.

Atualmente, devido ao crescente número de pessoas sedentárias e obesas, aumenta o número de diabético do tipo 2, hoje é possível encontrar jovens de 17 anos com esse tipo, quando era apenas o diabetes tipo 1 que acometia essa faixa etária. Embora o diabetes tipo 2 possa ser silencioso por anos, complicações podem ocorrer repentinamente, causando danos a vários órgãos, às vezes irreversíveis.

CAUSAS

Quanto a diabetes tipo 2 não há grandes deficiências de insulina. Apesar de não ser é uma patologia autoimune, está relacionada a vários fatores: ambientais, alimentares e hereditários. Pessoas sedentárias e com sobrepeso são, portanto, as mais propensas, já que a resistência à insulina é favorecida pelo excesso de gordura, principalmente abdominal. Outros fatores podem agravar a doença, como pressão alta, dieta muito rica em gorduras e açúcares, mas também tabagismo e doenças cardiovasculares.

SINTOMAS

Existem alguns sinais de alerta, mesmo que sejam muito sutis:

  • Fadiga,
  • Sensação de boca seca,
  • Poliúria (necessidade de urinar com muita frequência),
  • Infecções do trato urinário,
  • Fome e mais sede,
  • Visão,
  • Formigueiro nos pés,
  • Disfunção eréctil,
  • Falta de ar…

Todos estes sinais podem infelizmente ser sintomas associados a outras doenças, pelo que é difícil reconhecê-los. Quando o diabetes se complica, podem ocorrer alterações nos vasos dos olhos, retina, rim (com nefropatia, que pode levar à insuficiência renal), depois hipertensão e risco de acidente vascular cerebral.  Tudo faz da necessidade de visita regular ao médico, um compromisso com sua saúde.

ALIMENTAÇÃO

O objetivo de uma dieta adequada para diabetes tipo 2 é limitar os açúcares rápidos, para evitar ter que se submeter a um tratamento com insulina. Portanto, é necessário ter uma alimentação o mais equilibrada possível, sem excesso de açúcar (evite sobremesas, refrigerantes, mas também certas frutas, tanto quanto possível).

  • Os glicídios simples (ou açúcares rápidos): sacarose, frutose, glicose, que encontramos nas frutas, no açúcar, nos refrigerantes…
  • Os glicídios complexos (ou açúcares lentos): o amido está presente nos cereais, nas leguminosas, nas batatas…

Precisa também evitar comer doses muito grandes de amido. Açúcares lentos também são açúcares! Devemos, portanto, favorecer os pães integrais ou com cereais que têm um índice glicêmico mais baixo do que os pães brancos, e dividi-los em pequenas porções. Assim, esse tipo de dieta evita a necessidade de injeções de insulina e também pode, a longo prazo, diminuir a resistência à insulina.

Enfim, evite os excessos, mas sem se privar demais até sentir frustração. Podemos viver bem com diabetes hoje, desde que não exageramos, nem devemos esquecer de combinar uma boa alimentação com atividade física, especialmente no diabetes tipo 2. A atividade física regular aumenta a eficiência do metabolismo e, consequentemente, da insulina.

Além do mais, as complicações causadas pelo diabetes são muitas e depende do doente evita-las e manter uma qualidade de vida e bem-estar. Por isso, não deixe para mais tarde a consulta médica que pode fazer a grande diferença no controle do diabetes.

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